segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Still there, middle of nowhere

UM) O nosso tamanho é inversamente proporcional ao tamanho do mundo que vemos. Assim que a gente percebe aos poucos como nossos sonhos e desejos são tão insignificantes - assim como acreditar que a nossa vida e existência fosse de algum modo realmente influente na roda gigante do universo. O nosso tamanho é diretamente proporcional ao tamanho do vazio em que vivemos.

DOIS) Não há compreensão completa do lado de fora. Os esforços inúteis, apesar de sinceros, não surtem efeito algum na realidade compartilhada apenas consigo mesmo. Em suma, não se deve alegar entender a situação alheia por intermédio de clichês mal posicionados. Se isso fosse necessário e eficaz, as apresentações enviadas por email serviriam para gerar epifanias e resolver crises existenciais.

TRÊS) Acostuma-se a viver em um complexo labirinto de ilusões em que conseguimos entrelaçar tantas mentiras de que quaisquer decepções podem ser facilmente amparadas por uma nova inverdade. Tudo isso para não encararmos a incerteza que a verdade pode trazer. Por isso diz o dr. Cal Lightman: "Felicidade ou verdade. Nunca ambos." Claro, nesta afirmação considera-se que a felicidade é apenas uma ilusão coletiva e não um objetivo utópico.

QUATRO) Errar é humano. Repetir o erro é mais humano. Algumas lições devem ser marcadas a fogo em nossa pele. As principais, as que não devemos nunca esquecer, as que farão parte de todas as decisões feitas e passos dados durante a nossa existência. Como um prego que para ser fixo deve receber diversos golpes de martelo, assim funciona com a persistência humana em alguns erros. Pense no seu calcanhar de Aquiles, a área em que mais se é fraco. É justamente lá em que os erros irão se repetir, para que além de se fortalecer, se possa sempre lembrar de que não ultrapassamos em nenhum ponto a reles humanidade.

CINCO) Busca-se assim um socorro, uma luz, algo que guie o(s) próximo(s) passo(s). Então começa a jornada em busca disso tudo. A procura é vasta, busca-se no ambiente, nas condições, nas pessoas que te cercam, dentro de si mesmo. Esquece-se quase sempre que mesmo que o que foi construído no decorrer da existência tenha sofrido avarias, raramente o alicerce é abalado. E no alicerce estão gravadas as direções para onde devo procurar. "Elevo os meus olhos aos céus, de onde me virá o socorro? O meu socorro vem de Deus." "Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz para os meus caminhos." Como disse um amigo, os três reis magos tiveram que olhar para o céu para saber para onde deviam ir. Acho que do mesmo modo achamos o nosso caminho.