segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

When the dawn dawned on me

Algumas vezes, eu deito na cama e penso que o dia acabou. Estou cansado e já dirigi demais. Já andei demais, ri demais e falei demais. Aí chega uma mensagem e eu, um pouco contrariado, abandono o edredon e pego mais uma vez a chave do carro.

Já fazia tempo, tempo demais. Muitos sóis se passaram enquanto o monstro estava debaixo da pedra. E da pedra tinha apenas o receio de ficar como Sísifo e ficar empurrando para cima aquilo que certamente cairia. O sol havia se posto outra vez, e eu não queria vê-lo de novo com essa pedra no sapato. A cabeça estava recostada na pedra e a pedra teria que ser removida.

Neste momento específico, faltavam 4 dias pro sol nascer.

Foi-se a pedra e amarrada nela a lista de pensamentos e suposições que eram mais pesadas que a pedra em si. E ela foi pra bem longe, pro fundo do mar do esquecimento. Debaixo da pedra, apenas a marca do que um dia foi. Mas na fenda deixada, mesmo que não parecia ter nada, havia um algo pequeno e de muito valor. Algo familiar. Então guardei de volta aquilo que ainda era meu. De volta para o peito.

No caminho de volta, nem mesmo a porta se fechou, veio o riso. Nada melhor que olhar para trás e ver que não há mais nada que luta para te prender por lá. Alguns segundos passaram e a mensagem já havia propagado o que fora cultivado nos últimos meses - os frutos de uma decisão correta. Não foi agradável, não foi fácil. Mas pela primeira vez, em tanto tempo, o mesmo caminho de volta pra casa que havia sido trilhado com receio e dúvidas, desta vez foi corrido com inigualável paz e com um sorriso igualmente extenso.

Ultimamente, a insônia me ajudava com a ilusão de empurrar o sol adiante. E, faltando 3 dias pro sol nascer, enquanto alguns dos raios já despontam indicando o fim da aurora, pela primeira vez em tempos desejei ver o sol nascer de novo.

Mais do que um ano que "promete", vejo que esse será um ano que "cumpre".

Um comentário:

Anônimo disse...

Não faz muito tempo me obrigaram a ler no trabalho um desses livros de auto-ajuda escritos por um dos Shinyashika no qual ele descia a lenha no Sísifo.

"Sísifo é o herói absurdo. Ele o é, tanto pelas suas paixões quanto pela sua tortura."

Assim eu vi um dia, assim eu acreditei. Sou simpatizante.

Você rindo eu ainda acho o maior barato, sério.