quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Formas Vazias

Sísifo é um assunto recorrente. Mas, é claro, é exatamente disso que se trata. A velha recorrência. As crises e os questionamentos que vão e voltam, ora do mesmo modo, ora com máscaras e rugas a mais, saúde e cabelos de menos. A mesma pedra, a mesma montanha.
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Pão e circo. Séculos depois, a motivação permanece a mesma.
Uma hora o pão acaba ou apodrece. E, na verdade, só quero ver o circo pegar fogo.
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No paralelepípedo em que me encontro com portas e janelas fechadas
Os olhos também entreabertos tentam espiar o momento em que poderei sair
Até lá, com as mãos cubro os ouvidos para não te ouvir chorar.
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A culpa e o ressentimento ficam bumerangueando. É uma bobagem acreditar que basta ser forte e jogá-los pra longe. Forma a elipse e lá vem eles de novo. Deixa no chão, deixa?
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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Just like the Three Wise Men

Brilha como diamante
O olhar de amante
Lágrimas de pérolas
Salgadas
Tão carinhosamente colhidas
e guardadas
nas noites já perdidas

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Mãos grandes
apequenam-se
A pequena convicção
de uma grande dúvida

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Correndo atrás de uma estrela
Que ainda não consigo ver brilhar
Para um destino que teima não chegar
Para um ano que começa enquanto
este leva uma eternidade para acabar
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