segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Down the road

O trecho é percorrido em pouco tempo, beirando os 45-50 minutos. No final de tarde, o calor não dá trégua. Reticente, desço em direção ao metrô e a corrente de vento dá um alívio que sei que será temporário. Como se fosse um modo de dizer que dali em frente, a situação ia piorar. O metrô lotado, na baldeação além de lotado estava atrasado. Guardei o livro porque não havia condições de ler e quando desci do metrô, uma olhadela no relógio foi o bastante para ver que já se passavam das 18h. Não ia dar tempo de matar tempo na livraria, então comecei a descida em direção ao prédio da pós.

Apesar do calor, a brisa do crepúsculo era o bastante para evitar que o suor pasasse de algumas gotículas na testa. A caminhada é feita em silêncio, do mesmo modo como foi o dia até o momento. Chego cansado, mas não da caminhada. Só mais cinco dias e tanto trabalho pra fazer. Cansado de tanto silêncio e indiferença mesclado com espasmos de alegria. E a contagem regressiva continua.
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sábado, 22 de agosto de 2009

Turning pages back and forth

Ainda me lembro quando, em 1994, minha mãe chegou em casa com o kit de lançamento do Retorno do Superman, vinha com um daqueles stencil para colocar na camiseta (que eu guardei por uns 8 anos até que em uma mudança, acabou se rasgando), alguns adesivos e o primeiro dos quatro volumes da história do Retorno, com a capa vazada e o símbolo do Superman/Ciborgue. Eu não faço idéia de quantas vezes eu li aquela revista, mas eu decorei os lugares dos desenhos e até algumas das falas - foi a primeira vez que eu li palavrão em um gibi, até então não tinha isso nas minhas 'leitulas'. Daí por diante, foram inúmeros dias buscando gibis raros e até consegui montar uma coleção boa (tinha quase todos os números publicados pela Abril e ainda alguns de antes da Ebal). Inúmeras noites indo dormir tarde lendo as revistas e torrando a mesada nas edições especiais. Aí tinham os fanzines também. Enfim, foram vários anos e vários R$ - sem nenhum arrependimento. Mas teve um dia que eu resolvi parar de vez (porque já tinha tentado umas duas vezes antes).

Eu havia esquecido como era legal ler quadrinhos. Tinha julgado que era uma fase encerrada. Mas temos alguns costumes/atividades na vida que fazem parte de quem somos e não algo ligado a faixa etária ou fase da vida. O fato é que quando nós começamos a repensar a vida e queremos galgar mais um degrau mas ainda não sabemos qual a escada correta, a gente busca refúgio nas certezas que temos.
Outra coisa que fazemos é retomar os costumes que deixamos para trás, aqueles que provavelmente não deveríamos ter deixado.

Coisa de criança mesmo é a eterna mania de querer ser adulto. Claro que não é nada fenomenal ou que gera reviravoltas na vida. É apenas algo que me faz bem. É um mundo do qual eu gosto de fazer parte.

Como um amigo disse - apesar de estar um pouco fora do contexto:
" Yet I never really run out of magic words, nor of shapes to change from and into: I only run, period."

De volta ao mundo que me faz lembrar que eu ainda tenho muito o que correr.
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