sábado, 22 de agosto de 2009

Turning pages back and forth

Ainda me lembro quando, em 1994, minha mãe chegou em casa com o kit de lançamento do Retorno do Superman, vinha com um daqueles stencil para colocar na camiseta (que eu guardei por uns 8 anos até que em uma mudança, acabou se rasgando), alguns adesivos e o primeiro dos quatro volumes da história do Retorno, com a capa vazada e o símbolo do Superman/Ciborgue. Eu não faço idéia de quantas vezes eu li aquela revista, mas eu decorei os lugares dos desenhos e até algumas das falas - foi a primeira vez que eu li palavrão em um gibi, até então não tinha isso nas minhas 'leitulas'. Daí por diante, foram inúmeros dias buscando gibis raros e até consegui montar uma coleção boa (tinha quase todos os números publicados pela Abril e ainda alguns de antes da Ebal). Inúmeras noites indo dormir tarde lendo as revistas e torrando a mesada nas edições especiais. Aí tinham os fanzines também. Enfim, foram vários anos e vários R$ - sem nenhum arrependimento. Mas teve um dia que eu resolvi parar de vez (porque já tinha tentado umas duas vezes antes).

Eu havia esquecido como era legal ler quadrinhos. Tinha julgado que era uma fase encerrada. Mas temos alguns costumes/atividades na vida que fazem parte de quem somos e não algo ligado a faixa etária ou fase da vida. O fato é que quando nós começamos a repensar a vida e queremos galgar mais um degrau mas ainda não sabemos qual a escada correta, a gente busca refúgio nas certezas que temos.
Outra coisa que fazemos é retomar os costumes que deixamos para trás, aqueles que provavelmente não deveríamos ter deixado.

Coisa de criança mesmo é a eterna mania de querer ser adulto. Claro que não é nada fenomenal ou que gera reviravoltas na vida. É apenas algo que me faz bem. É um mundo do qual eu gosto de fazer parte.

Como um amigo disse - apesar de estar um pouco fora do contexto:
" Yet I never really run out of magic words, nor of shapes to change from and into: I only run, period."

De volta ao mundo que me faz lembrar que eu ainda tenho muito o que correr.
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Um comentário:

Felipe Quaglietta disse...

Eu entendo, acho. Definitivamente nâo é mania, hábito ou nostalgia. É certeza, como você mesmo disse. Atè hoje, toda minha base ética, se não for muito clichê chamá-la assim, vem de histórias bobas do Super-Homem, do Batman, do Lanterna (o Hal. Period. E talvez o Gardner tb.) e de quantos mais nem ao menos sei mensurar o grau da relevância. Comportamentos de hoje vêm das certezas de ontem. Assim, simples.

Miss you guys. E, principalmente, sinto falta dessa nova fase adulta com maior presença de vocês. Todos vocês, aliás. Se possível, abandonemos o passado, respeitemos as diferenças e vamo dá risada e tomar uma cerveja.

Abraçunda.