terça-feira, 1 de junho de 2010

Inbetween mistypes


Seja por omissão ou troca de caracteres, os erros de digitação além de gerar algumas risadas, também podem gerar problemas na hora de se expressar uma mensagem. Podemos citar o caso da pessoa que ao fazer um apelo para caridade, ao tentar pedir 'colchões', esqueceu de uma letra e pediu por 'colhões'. Ou do outro que digitava em um teclado que não reconhecia acentos e ao tentar falar 'porta do céu', bom, vamos dizer apenas que o 'é' foi omitido. 

No nosso dia a dia, esses erros também permeiam (e estragam) a nossa vivência. Escolhemos a expressão errada, o momento errado. Escolhemos o silêncio quando o momento exige uma palavra, ou escolhemos a verborragia quando o ideal é manter o silêncio ou esperar o que a contraparte tem a dizer. Isso tudo fica muito evidente no início do diálogo, especialmente no início de uma interação. Se o rótulo inicial que criamos da pessoa não está diretamente ligada à aparência, - gorducho, magrela, baixinho, orelhuda, voluptuosa - provavelmente estará ligada ao modo ou ao que falamos - mudinho, tagarela, fanho, intrometido, pseudofilósofo. 

Todavia, compreensão não necessariamente depende de uma expressão literalmente correta. Tudo vai da fluência da outra parte em entender o que alguém diz - se eu escrever "boabgem", os que são sabem português vão entender o que quis dizer. Até o "cara dos colhões" que eu mencionei no começo do texto conseguiu passar sua mensagem, mesmo que gerando risadas. Quando se conhece alguém, aos poucos se torna fluente na "língua" que ela (não) diz - o Alberto fala o Albertês, a Maria fala o Marianês, e assim por diante. Sendo assim, mesmo que a pessoa cometa algum deslize na hora de se expressar, a idéia será transmitida de modo correto. Mas isso é tão raro (e trabalhoso) quanto se tornar fluente em uma língua estrangeira.

Com o passar do tempo, parece que a melhor opção para evitar os mal-entendidos é falar pouco. Ou, quase sempre, não falar nada. Seguindo a regra militar: "speak only if spoken to". Como disse o salmista, "até o idiota se passa por sábio quando fica com a boca fechada."
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